Mudanças e adaptações na minha vida de mãe adolescente.

Quando você escolhe ser mãe adolescente, querendo ou não muitas coisas mudam em sua vida. Isso não é exatamente um ponto positivo para mim. Como uma boa taurina, ODEIO mudanças. Gosto da segurança da rotina. Mas nem tudo é como a gente quer rs
Eu meio que já me preparei pra algumas das futuras mudanças que muito provavelmente aconteceriam em minha vida. Mas muitas delas eu nem ao menos pude prever, mesmo com todas as dicas e conselhos que eu recebi na gestação toda.
Ainda quando eu estava grávida precisei passar por algumas coisas, como o preconceito, os olhares, os burburinhos e todas essas coisas que as meninas precisam passar quando são gravidas antes dos 20 pelo menos. Eu não sabia como era. Em momento algum da minha vida eu havia me colocado no lugar dessas meninas. E fui logo sentindo na pele. Me acostumei com perguntas desagradaveis e indelicadas como "você ta gravida com 17 anos e ta solteira? Você foi deixada?" e comentarios estupidos como "uma criança com outra criança". --' Vontade de meter a mãozada na cara do individuo, mas é a vida. Coisas que precisei engolir a seco pra não ser a adolescente mal educada.
Depois que a Luna nasceu, vieram as mudanças de verdade. Alem do fisico, sofri muitas mudanças no meu emocional. Várias vezes eu olhava pra Luna e pensava "o que vai ser de nós duas, bebê?". Eu sempre fui muito dependente de todo mundo. Nunca soube me virar sozinha, sempre precisei de ajuda de quem quer que fosse. E diante daquela situação, me vi muito sozinha. Não que eu não tivesse ajuda.. Graças a Deus eu sempre tive meus pais muito presentes na minha vida e sempre me apoiaram desde sempre. Mas eu tive muito medo pelo fato de ser mãe solteira. Mãe solteira com apenas 18 anos. Me pareceu assustador.
Quando você está grávida, tudo o que quer é companhia, atenção, mimos e de ser muito paparicada. Eu nunca tive isso. Quando se é mãe, quer alguem pra compartilhar as novidades, as descobertas, os sentidos e todas as sensações que são novidade pra você. Mas e quando você não tem com quem compartilhar? Quando você não tem quem te ouça?? E eu não estou falando de amigos ou de familia, porque querendo ou não, não é a mesma coisa! Você quer o pai do seu filho, e quando ele não está presente, dói. Dói demais.
Com o tempo essa dor foi passando e eu entendendo que a maternidade nao consiste em tres pessoas e sim de dois corações. Interliguei o meu coração ao da Luna e agora somos um ser. A mesma pessoa vivendo em corpos diferentes. Hoje olho pra ela e me sinto muitissimo forte *--* não sinto mais falta de ter uma figura masculina ao meu lado. Descobri que não preciso disso.
E essa foi talvez a mudança mais importante que me aconteceu... Eu me tornei independente.
Uma coisa que todo adolescente quer, mas que quase nunca conseguem. INDEPENDENCIA. Não independencia financeira, nem nada disso. Me sinto independente dentro de mim. Sinto que posso fazer todas as coisas que tenho vontade, sinto que não preciso de mais ninguem para ser feliz... E eu só conquistei isso por causa de Luna.
Minha filha me transformou. Minha filha me apresentou uma nova Ana Raquel. E a cada dia ela me ensina a ser mais mulher.. Mesmo assim, com 6 meses e tão pequenina.
Ainda muita agua vai rolar e muita coisa vai mudar. Este é apenas o começo de uma longa e bonita historia feliz.